sábado, 2 de maio de 2009



Se pudessem ver



Eu conheço tanta gente
Esse imundo tudo, esse breu,
Um extrato de cores;
È sempre mais preto e branco,
Não teria asfalto agarrado nas ruas
Se essa gente, se esse povo
Aguassem meus sentidos,
Lessem meus olhos nus
Assim como eles são, desconcertantes.

Ah, se as pessoas pudessem
Correr adentro de si mesmas
Ah ,se elas pudessem.

Eu conheço tanta gente
E tanta gente não me conhece,
Conhece-mês mais aqueles estranhos
Aqueles da primeira impressão;
Se essa gente enxergasse,
Se o sol nascesse um dia mais escuro
Se a noite fosse uma vez mais clara,
As estrelas seriam o reflexo de nós.

Se essa gente soubesse o que sinto...

Gabriel C.


Repouso



Eu sei, que por mais promiscuo e inquietante que seja
A flor, a dor, a poesia, tudo que de imediato e flamejante
Que me passa, constrói e destrói, amamenta meu ser.

A tarde, ao léu, as rosas que cruzastes no ar, cheiro belo;
Lavarás vento pulsante e tremenda será a explosão,
Meu presente é mais tranqüilo que Orion, muito mais.

E por mais fatídico que seja, passarás por mim
Passaras por todos aqueles meus passados, os tons,
O correio passará, e as cartas já não terão dono.

Enquanto isso estarei correndo pro Rio, estarei
Voando, planando, mergulhando no mar de espuma,
Eis meu exílio, força demais, gosto demais, vida!

Farás de grande a estadia intrigante do medo, da coragem
Tudo transgredindo rápido, e nada para, nada para
Nada ancora essa sede, e que sede! Que sede.

E transbordará os copos do céu, a linha do horizonte
Essa que vou cuspindo até alcançar os quilates solares
E que não cessarei ofegante até que meus olhos repousem.


Hoje, sistematico e inérte, não vejo quem amo, assim, é quanse não amar. Gabriel C.