Metrópole
Acordo com a névoa paisagem
A massa branca e as flores sujas,
O calor dos motores, as ruas tanto andam
Acalmo meu tremor com nicotina;
Sinto o feto de uma mãe inconstante
Balançando no pau-de-arara diário;
Estúpida morada de meu corpo, inútil fadiga
És minha tremenda exclusão, deixo um mundo
E passo a observar os pássaros que sem brio
Que sem termos, rasantes destroem o pomar
Posam nos fios de luz, esquecem luz
E o mundo escuro, o tempo escuro
Engole a poesia e só as metralhadoras
Soam numa noite que se fecha nuvens.
O mundo esquece os sentidos
A singularidade, o encanto de cada ser se vai
E de estatísticas se fazem cabeças.
E todo o afeto, tudo que de nobre, de repente
Nasce adentro do peito do homem, floresce
Mas com o dó de ser para morte; para o fim
Vejo o desespero de ter que deixar
Sentem a necessidade de tudo acabar,
Some a vontade do viver contente
E a desesperança exala a essência podre.
Um dia desses caí com a lagrima da mulher do túnel,
Que com sua criança nadava na angustia
Do mar de carros de um sinal de Copacabana;
Pobre menino dos olhos distantes, pobre presente.
Retorno a beleza oculta descrita na rotina
Temendo a mundana dose de dor; dose de vida
E sem cor regresso a poesia, a bela poesia
Que as pessoas esquecem nos livros, nos sonhos.
Uma semana no Rio, 2006, Gabriel C.
Acordo com a névoa paisagem
A massa branca e as flores sujas,
O calor dos motores, as ruas tanto andam
Acalmo meu tremor com nicotina;
Sinto o feto de uma mãe inconstante
Balançando no pau-de-arara diário;
Estúpida morada de meu corpo, inútil fadiga
És minha tremenda exclusão, deixo um mundo
E passo a observar os pássaros que sem brio
Que sem termos, rasantes destroem o pomar
Posam nos fios de luz, esquecem luz
E o mundo escuro, o tempo escuro
Engole a poesia e só as metralhadoras
Soam numa noite que se fecha nuvens.
O mundo esquece os sentidos
A singularidade, o encanto de cada ser se vai
E de estatísticas se fazem cabeças.
E todo o afeto, tudo que de nobre, de repente
Nasce adentro do peito do homem, floresce
Mas com o dó de ser para morte; para o fim
Vejo o desespero de ter que deixar
Sentem a necessidade de tudo acabar,
Some a vontade do viver contente
E a desesperança exala a essência podre.
Um dia desses caí com a lagrima da mulher do túnel,
Que com sua criança nadava na angustia
Do mar de carros de um sinal de Copacabana;
Pobre menino dos olhos distantes, pobre presente.
Retorno a beleza oculta descrita na rotina
Temendo a mundana dose de dor; dose de vida
E sem cor regresso a poesia, a bela poesia
Que as pessoas esquecem nos livros, nos sonhos.
Uma semana no Rio, 2006, Gabriel C.