quarta-feira, 25 de março de 2009


Ao Dormir



Quando visto o terno de fim, me caibo
E de pouco em muito sinto tudo,
Acho que esses óculos ver-me fizeram
Que carrego mais peso do que vida.

As vezes, conto o ridículo da imensidão,
Tentando encontrar o fim, o motivo;

Tudo que é tão, mais pesado que o mundo,
Tudo que possa guardar o infinito,
E o pouco que posso exercer com o tempo;

As coisas passam, mas não passo
Filetes e vestígios de mim, sou maior
E tão pequeno quanto areia
Seja ela em sua forma, seja ela em grão.

Encontrarei pessoas e pessoas nas ruas
E elas tão coloridas, tão piores e cegas
Esses amantes e amados, essa multidão.

Que os lábios a procura, correm nas bocas,
Mas no fim, à noite, em casa; Estão só
Dormem com frio, cobrem com a solidão.

Só os sentidos, os amantes (os verdadeiros)
Sejam platonicistas ou não, sejam poetas
Descansam jamais, mas a cama estão aos suspiros,
Acariciando o todo e verdadeiro amor.


Gabriel C., estas conversas com Thaynne, Linda Èbano!

sexta-feira, 6 de março de 2009



Para Alguns Sorrirem



Quando abrir-me aos meus olhos
Vi-me totalmente inerte, calado
O meu coração ansiava as letras;
Porque sou então assim, sem roupas
Sou aquele que escreve, quem mais vê
Quem sem tato sente profundo,
Sou tanto, que nem sei, sou sim.

Se olhares pra mim e ver dor
Não posso em termos retratar-me;
Posso chorar, mas muito grande
Sou tão imenso, que o mundo
Tanto cabe, quanto pesa em mim.

Os seres que riem, não por feliz
Mas sim por cegueira, esses são fardos meus
Estes serão o que por tempo carregarei;
Se preciso da melancolia, preciso
E um julgamento indevido, precipitado,
Não mudaram meus olhos de descarga

O quem em meu peito sopra, nos outros
Sempre se escondem, sempre calam;
Então por o ser com o nó risonho no rosto
Deverás pisar-me e repudiar minha poesia?

Entenderas que para alguns sorrirem outros tem de chorar.



Sei que não posso fugir de mim,Gabriel C., 20 de janeiro de 2009