domingo, 25 de maio de 2008





De novo



Vendo amarelos tons, primavera
É bem frio aqui em meu quarto,
Nessas paredes pintadas, lembranças;
Vendo esse outono, compro o recomeço.

Ouço Espatódea, já não é triste
Assisto a diacronia de meus versos,
Não pressinto, mas torno a sorrir
O sol entra pela fenda da janela.

Saio de mim e ando pelas veredas
Tombadas por minha alegria; Rara,
Que assusto ao ver feliz verdade.

Hoje borboletas pintam o céu
Do jardim que de novo preservo,
Onde planto meu amor, meus sonhos.

(Felicidade outra vez), Gabriel C. ,21 de maio 2008

domingo, 18 de maio de 2008




The end



O dia vai ao término
E de emprestar uma estrela,
Vejo o sol nascer;
A terra molhada, o amor,
Tudo esta partindo,
Indo embora de mim
Sumindo de meu peito.

Não há mais vida em meu corpo
Não há sequer vontade;
Estou acabando poucamente,
Pedindo um leito em lugares
Que não conheço e que espero;
Não viverei uma bela queda.

No entanto verei os olhos,
Fecharem aos poucos
E uma carne mendiga,
Sumir de meu eu, se esquecer;
Deixar minha solidão
Não tremeria quando vieste.
Sonho contigo há tempos

Mas não posso ir, tenho planos.

(Talvez seja muito fatalista, momentos epicuristas...) Gabriel C.

quarta-feira, 14 de maio de 2008



O corvo passa



O corvo passa, eu estou mais só,
Veraneio entre tudo; a ilusão
Sou pobre, sou exausto e só.
E só, como no polar o sentido,
O caminhar na manha que tardia
Nos compassos de meu sofrimento.

Sou pássaro, sou raiz de dor
E pressinto saturno, mais cedo
Amarrarem o temporal, o sonhar
Que como os dias são vidas,
Tantas que morro a toda hora;
No ninho me debato, me esqueço,
Me acabo na mais pura, flor de lótus;
Que desenha minhas mãos, que dorme
Meu ser quando desperta pálido.

Gabriel C. , 13 de maio de 2008

quinta-feira, 1 de maio de 2008




Florescer



Amamento-me na faixa da rua
Continua dos becos mais sujos,
Alimento os próximos dias ruins;
Acalento um viril e dócil dragão,
Durmo em Orion e velejo
Na primavera marrom e há,
Há em mim a cortesia da morte,
Que chega aos dias comuns.
Onde moro nas milhas, no asfalto
Em que piso descalço e queimo,
Com o grosso calibre de sol, dos olhos
Das meninas que me julgam.
Ou talvez dos livros mofados
Que da minha estante me olham.
São muito tão belos, são todos
Leais, porem trágicos e fúnebres;
A lua persegue meus passos;
Há de que sair de meu andar,
Acabar na tortura, é doce a dor
Das águas lápidas que me banham,
E de vivas tem tanto de meu corpo
Alimentam um jardim, e as flores
Tupãs que desprezo sem cor floresce.

Gabriel C. , 27 de abril de 2008