terça-feira, 29 de abril de 2008



Chuva


Estou na mais completa;
Estou invisível e longe de casa,
No meu peito vasto é incrível
Esbanja um amor indivisível.
Corro com o tempo e me perco,
Eu morro, eu moro na chuva
Me abrigo porque temo sofrer,
E mais do que sofro no clima, agüento.

Esta frio e a garça partiu, a graça não,
Das minhas mãos um calor, o cravo;
Geladas os deixou e vida recusei,
E do estupendo fulgor eu cesso
Eu seco as lagrimas e não posso.
Vou perecer na solidão, e na entrada,
Que jamais... A chave de mim
Alguém levou, alguém sumiu.

A lua densa no céu, os meus olhos;
Não vivem, não vislumbram, não aquecem;
Meu órgão que bate a saldar bela-dona
A querer pele que tive, a enfartar tua voz.

Um tenor! Ouço as botas bélicas. È hora,
A mansão que pus de pé, que tanto...
As mortes em cada tijolo, eu vou...
Bebo o que agora desaba sobre mim.

Estou partindo para um interior lírico,
Vou andar na chuva acida do passado.

Gabriel C.

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