terça-feira, 22 de julho de 2008




Difícil dormir



Há quarenta dias não vejo seu rosto
Pairando no teto da cela unitária
Assombrando um prazer alucinógeno.

Plumas e plumas constroem castelos
Mas difícil sente-se a envenenar
Os peixes do pequeno aquário.

Só mais um dos meus últimos livros
Conseguem ler meus olhos abatidos
Escritos em tua língua passada.

Ternuras, toalhas e uma luz na janela
Não me deixam dormir sem ti
No fim de noite onde tudo chora.

E o leito fala tímido no meu chego
"Encolha-se, não escute seus amores,
Apenas feche os olhos pro amanha”.

Nos meus sonhos planejados
Parei antecipar as paisagens do horizonte
E surpreendo-me com um simples sol.

Gabriel C., 19 de agosto de 2007

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