domingo, 26 de outubro de 2008



Não mais



Acaricio a caneta e o papel
Com o tato imundo e mundano,
Há tempos não lacrimejo em noite,
Porque o tempo que dorme depressa
Não deixa sequer regar meu amor;
Que sem rumo, sem nome
Traz das mãos, do coração a sina
A dor, a ansiedade que descrevo.

Uns dias antes desse, dos versos
No meu peito um vazio, um espinho
Incomoda, desperta e teme
O meu sono repentino, a carga horária.

Minutos desse insano amor, nego e degusto
Um sentido perdido(como se perde o que não se tem)
O que tem gosto de corpo tem cheiro de vida
E num real tão intenso me vejo simples homem,
Que goza da alma, que devasta e mede
Os pelos do peito a esquecer menino.

Cada dia, cada fitar de olhos rasos
Move salas em meu sentido, em mim;
Sei que estou a amar, mas não doente
Não preciso, não morro de fome, não mais.



È real, pois é de mim o que escrevo. Não há mascaras, não há espaços... 17 de setembro, Gabriel C.

Um comentário:

Anônimo disse...

Quanta inspiração, meu amor!