terça-feira, 14 de julho de 2009



Amar ninguém



A cor das tintas tem a simples cor
A beleza não tem definição tão árdua,
Amar ninguém é algo tão obsoleto
Que não há porque a existência de versos
Aqueles calorosos, trágicos ou belos.

Não há o propósito do lírico, do amante
Quando este, escritor, sonhador, homem;
Amar ninguém é algo tão vazio...
A linha do mar não clama a desejo
O celeste anil não amamenta esperanças.

Os fatos, as fotos, o circo, nada feliz
E também nada triste, tudo inerte
Amar ninguém é viver a esmo
É esperar a si próprio no tempo;
É vingar sem causa, perder o que não se tem.

Amar ninguém é variável e indefinido;
É saudar o passado, sepultar o presente,
Estado inevitável, és apatia, solidão talvez
Amar ninguém é andar sem chão e descalço
É de fato e sentido, enterrar o futuro no quintal.


15 de julho de 2009, Gabriel C.

2 comentários:

Amanda/Mandy disse...

Sem dúvida esse é um dos mais lindos, me tirou o ar!

Isabel disse...

Cara, sem palavras... vc eh MUITO talentoso, de verdade ^^ Parabéns!