quarta-feira, 9 de abril de 2008





Dias


Ah! Aqueles dias!
Como me lembro de seu sorriso, de sua estrela
Eu estava em pleno carnaval, na chuva de confetes
E do nada, assim bem que do nada, de repente
Ela se foi deixando-me sem luz, inerte
No momento que eu mais pedi, quando chorei.

Os meus dias...
Tento correr contra o tempo, contra a rotação,
Pois assim a luz não se vai, mais sou mortal,
E quando chega a noite eu tremo de frio;
Os meus dias torturam a mim ansioso
Agora sou como nunca fui, estou cego
Guardo minha força no clima, no tempo
Porque assim nada é culpa, é destino.

Equilibro-me no meio-fio da rua estreita
Perece tarde, e um eclipse eterno atormenta
Tenho medo, sim eu tenho, depende de mim
Mas é tudo tão amargo, tão maleável
E escorre por entre meus dedos.

E temo em me afogar na noite e morrer sem ela
Tenho medo da coruja, tenho medo da escuridão.


Gabriel C. , 4 de novembro de 2007

Um comentário:

Unknown disse...

Há coisas tão belas soltas pelo ar que só aqueles de mente aberta podem captar... Coisas tão frágeis e fortes ao mesmo tempo que só podem ser captadas quando se tem algum sentimento em aberto, seja ele de dor, amor, tristeza...Enfim, essa pessoa que faz das palavras seu meio de expressão as organizando de forma a penetrar em nossos sentimentos e compartilhando suas emoções conosco é o Gabriel, que felizmente posso e tenho acompanhado sua evolução nessa jornada. Sinto que a busca lhe fez evoluir e ainda quer mais e com certeza irá nos brindar com textos cada vez melhores, pois esses aqui postados, para mim, se não tivessem sua assinatura poderia julgar que fossem escritos por algum poeta famoso e renomado. Me surpreendi ao ver um salto quântico nos textos de Gabriel, algo que pode ser comparado à mera hipótese da existência de um átomo pelos antigos à explosão atômica ocorrida em Hiroshima.Parabéns, excelentes trabalhos.