sábado, 5 de abril de 2008





Constataste



Semanas outonais, eu estava persistindo,
O tempo não chegou, o andarilho partiu;
Apreciando os quadros de um passado meu
Foi na mesma tela da galeria, quando a garota
No balanço estava livre e feliz
Me fiz a súbita escultura de pedra.

Inexplicável o fluxo em que choro
É que agora as noites parecem curtas;
E que razão estranha a de ser,
Quando sem prévias um ser triste
Insiste em engrandecer sua importância.
Parece ser nobre seu martírio.

É também quando agora (no fim)
O romântico é melancólico e mais,
Eu não preservo minha chaga
E nem sequer póstumas memórias suas;
Porque assim saberei como partir
Sou um barco sem rumo, sem vento.

Não posso encarar escritos passados;
Quando meu coração a mostra se pôs
E sentido prestarei a uma nova chance,
A um qualquer préstimo de seu procurar
Uma boca, um encaixe de ombro,
E talvez, e quem sabe, um amor.

Ando a zarpar os sentidos em mim perecíveis,
Tento fingir que desisti, tento me adaptar
Tento não escrever.

Assim descrevo meus dias de hoje, Gabriel C.

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