sábado, 12 de abril de 2008

A pouco tempo eu descobri que sem amor não existe inspiração e sim necessidade.



Quando no fim




Quando eu crescer, quando puder enxergar;
Quando estiver mesmo solitário
Sem a presença sequer dos corpos,
Minha única companhia será um retrato.

Eu vejo a flor na encosta da calçada,
Sentirei o frio, me isolarei na manchete
Eu temerei o calor ameno, eu sentirei
O frio vasto, o delírio descrente eu sentirei.

Eu tentarei a morte, voltarei tarde da noite
Sem sequer entender porque tanto amo;
Dormirei no berço de lírios, terei pesadelos
Verei o demônio chamado duvida.

Agora não posso ser mais que comum
Sou um analista na rachadura do asfalto
O vento que passa, a planta que define
A fronteira dialética, a revolta adiada.

Há uma guerra dentro de mim, vejo as fardas
Os soldados se exilam em meu coração
As armas foram esquecidas, o tempo as usa
E escrevo melodias não cifradas a luz da lua.


Gabriel C. , 12 de abril de 2008

Um comentário:

Anônimo disse...

"Verei o demônio chamado duvida"
O demônio da incerteza e da insegurança eh aquele que mais me atormenta...
tento guardar cmg que a unica verdade existente eh a que naum existe verdade absoluta...

Poeta, seus versos saum lindos e de tamanha sinceridade...
obrigada!