segunda-feira, 7 de julho de 2008




Eles estranhos



Hoje, somente hoje tudo me tocava
Deram-me as mãos na rua, abraçaram-me
As palmas foram vindas de tudo
Alem dos beijos que me dedicam
As flores que recibo em casa,
As felicitações fúnebres persistem
Andam tentando me matar por minha arte;
Fazem divagações mais assassinas
Descobrem melancolia em meu caderno
Vêem-me desarmado, depois me vêem.

Hoje leram minhas mãos e meus escritos
E mal tentei amenizar. Eles estranhos,
Querem me tocar, mas não me sentir;
Esse teto incruste todos diamantes,
Lapido em mim os tais semelhantes,
Eles invadem um apartar, mas não mentem
Porem a sede, sangue, sina humana
Tudo é aniversário, são tentadores, eles
São sinceros, amáveis como são e sempre
Há alguém a amar alguém inocente.

Vou escondendo meu rosto, vou me cabendo
Desprezando alheios, eles estranhos.


Gabriel C., 5 de julho de 2008

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