segunda-feira, 29 de setembro de 2008



Volto



No imenso céu dos meus declínios
Crio o desmazelo e despeço, mas sinto,
Em curvilíneas e solidão vago,
Volto aos termos e venho à tona,
Chego perto e estrago a cautela
Vou aos poucos tecendo a plenitude;
Me jogando na apoteose singular
Única, como minha é breve as asas
A felicidade angular, toda ela
Que vens de amor, amor novo;
Meu que repentino toma o corpo
E que aos poucos vai me envolvendo.

No silencio extravagante e oportuno
Recrio teus lábios novos e expressionistas,
Jardim incoerente eu não conheço
Pois de novo venho a tocar-te, só
Venho cínico, mas te adoro e como
Nessas semanas fundo-me ao medo
E a paixão exala meu afeto oculto,
Vou viajando em teu dorso
E aos poucos degusto seu mel
E com o tempo volto a tua face
Que com um sorriso amamenta teu olhar.


Gabriel C., 9 de agosto de 2008

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