segunda-feira, 24 de novembro de 2008



Mais



Mais, mais, mais que o corpo absorve
As matas mestiças, os barcos estranhos
Mais que meu coração suportar, ainda mais,
Andarei pouco acima dos meus olhos;

Para não me desgarrar uso a vida
E para me esquecer procuro a morte,
Então descalço caminho as trevas, e mais
Bem mais que profundo, longe demais.

Tampouco, nem pouco, um pouco mais
Acabo transparecendo restos passados de dor
Ou um trecho a mais de uma grande flor,
Flor, as vezes colorida demais, a mais.

Faço de escasso um sorriso a mais
Menos jamais do que possa ser, vento jamais
Possa partir tarde demais, fingir que traz
Poucos rios de lagrima, poucos fins, e mais.

Sempre mais, sempre um grande a mais
A mais que aquilo da noite passada
Aquela prosa sem rimas, aquela dose de rum
Aquelas que sem mais, muito a mais.

Vidas astrais, pensamentos, vitrais e passarelas
Difusos mais do que possíveis, a mais
Belos e carnais como dos versos e mais
Melancólico e gritante como poderia, ou até mais.



Jamais escrevi tão longe de mim, 23 de novembro de 2008, Gabriel C.

Um comentário:

Amanda/Mandy disse...
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